segunda-feira, 13 de junho de 2011

O concreto salgado escorre pelos meus encontros, me encharca. Mas continuo pedalando, cada vez mais resignada, pedalando, pois sua rudez me faz dócil. Um garoto trilha sonoro na calçada ao longo de sua mudez, e eu me pergunto se ele sente tanta raiva calada quanto eu. Eu o ultrapasso, só para saber que irei encontrá-lo novamente. 17.58. No relógio parado da cozinha coletiva, ainda 17.15. Estaciono a bicicleta e flerto com as rosas de plástisco que posam na cesta de uma bicicleta alheia, cheias de piedade humana. E tudo se entrelaça subitamente com a irrupção da rotina por meio das nuvens densas cobrindo o navio prestes a partir: Bem vindo a lugar algum, e uma boa viagem.